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Gabi e a formiga: a história continua (Cordel Infantil - Série Histórica N.4)
Novo dia amanhecia
Hora de se levantar
Tomar banho e café
Para não se atrasar
Primeiro dia de aula
Amigos reencontrar.

Gabi sentia alegria
Gostava de estudar
Dos amigos da escola
De no recreio brincar
Saudade da professora
Desejo de lhe abraçar.

Foi um dia especial
O jardim com flores belas
As paredes bem branquinhas
E as janelas amarelas
Cartazes de “Boas Vindas”
E crianças tagarelas.

Eram muitas novidades
Todos queriam contar
Difícil ter paciência
Pra sua vez de falar
Falavam ao mesmo tempo
Difícil era escutar.

Coisa de primeiro dia
De retorno à escola
Depois que tudo se acalma
E cada um se controla
Espera a vez de falar
E tudo se desenrola.

Quando a sineta tocou
Gabi pulou da carteira
Não queria perder tempo
Pra casa foi na carreira
Pois a amiga formiga
Esperava na amoreira.

Depois que chegou em casa
E a roupa foi trocar
Gabi sentou-se à mesa
Precisava almoçar
Não porque sentia fome
Mas pra mãe não reclamar.

Depois lhe disse sorrindo
- Mamãe, eu já vou brincar
Depois faço a tarefa
Tomo banho pra jantar
Eu quero dormir mais cedo
Pra cedo me acordar.

Então saiu na carreira
Pra amiga encontrar
E pra sua alegria
Já estava a esperar.
Sentou ligeiro na grama
E pôs-se a escutar.

A formiga perguntou:
- Lembra aonde paramos?
Gabi respondeu ligeiro
- Foi onde nós congelamos
Lá na Era Glacial
Continue agora, vamos!

A formiga empolgada
Com a curiosidade
Não demorou nem um pouco
Bem cheia de vaidade
Puxou da mente a história
E deu continuidade.

- Milhões de anos depois
A Era do Gelo passou
Muita coisa aconteceu
Vida na terra mudou
O cultivo de sementes
A vida aqui transformou.

O ser humano aprendeu
A plantar e a colher
Construir suas moradas
Procurou se proteger
Libertou-se das cavernas
Novo modo de viver.

- No início tudo bem
Alimentos não faltavam
Muitas florestas surgiram
Elas nos alimentavam
Enquanto isso os humanos
Da agricultura cuidavam.

- Somos em muitas espécies
Descobrimos os plantios
Trabalhamos mais à noite
Surgiram os desafios
Os humanos começaram
De nós ficar arredios.

- Arredios?  De que maneira?
A formiga respondeu:
- Quiseram de nós fugir
A igualdade se perdeu
Formigas foram atacadas
A gente não entendeu.

- Por que somos atacadas
De forma tão agressiva?
A terra não é pra gente
Viver de forma passiva?
O que fizemos então
Que nos torna invasiva?

- Se o plantio de sementes
Gerou alimentação
Para a espécie humana
O que foi bom de montão
Mas para nós as formigas
Foi quase devastação.

- No início foram criados
Uns métodos naturais
De reduzir as formigas
Do plantio de cereais
Hoje são os agrotóxicos
E outros métodos fatais.

Gabi parecia triste
Com a história escutada
A formiga a deixava
Mais que sensibilizada
Disposta a defender
A amiga ameaçada.

A formiga percebeu
A tristeza da amiga
Parou um pouco a história
E disse: - fique tranquila
Sabemos nos defender
De uma ação inimiga.

- Hoje em dia é bem pior
De enfrentar ameaça
Somos unidas, Gabi
Veneno são a desgraça
De todo o ser vivente
Seja de espécie ou raça.

- Você entendeu, Gabi
O que causa os humanos!
São eles os responsáveis
Por todos maiores danos
Causados à natureza
E muitos seres mundanos.

- Cada dia uma ameaça
Precisamos enfrentar
É veneno nas lavouras
Máquinas a terraplanar
Vivemos de lá pra cá
Procurando um lugar.

-Humanos se sentem donos
Da terra e até do mar
Não respeitam a natureza
Vivem para devastar
É preciso pensar bem
Antes de tudo acabar.

-Falando nisso, Gabi
Você viu a novidade?
Aqui chegou um trator
É um monstro de verdade
Será que vão construir
Aqui na proximidade?

Gabi arregala os olhos
Tamanha preocupação
Mora em casa alugada
E sabe da situação
Daquela comunidade
Pobre e pouca educação.

- Vou me informar, amiga
Logo respondeu Gabi
Eu Gosto desse lugar
Não quero sair daqui
Daqui avisto o lago
Vejo o Sol nascer e ir.

- Tudo bem, minha amiga
Vá pra casa descansar
Preciso me despedir
E voltar a trabalhar
No formigueiro a família
Já está a me esperar.

Se despediram sentindo
Aperto no coração
Gabi correu para casa
Fez tarefa com atenção
Depois ficou a pensar
Na grande destruição.

Um planeta tão bonito
Tão gostoso de viver
Tem lugar pra todo mundo
Qualquer espécie de ser
A natureza nos pede:
- Socorro, pra não morrer.

De repente se lembrou
Do trator amarelão
Saiu para pesquisar
Qual a sua intenção
A sua amiga formiga
Pediu a informação.

Descobriu alguma coisa
Que mais lhe entristeceu
Mas estava tão cansada
Que logo adormeceu
Ao acordar pela manhã
Para a escola correu.

Enquanto isso a formiga
Trabalhava sem parar
Adiantava a tarefa
Para depois encontrar
Sua amiga Gabi
Que tudo iria contar.

Gorete Amorim
Enviado por Gorete Amorim em 16/03/2025


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