Coisas que me deixam triste
Saber que nossa espécie Evoluiu sem medida Necessidade humana Já pode ser atendida Mas o que reina é fome A gente sabe o nome Do culpado, homicida. Não aguento ver crianças Vivendo a esmolar Carradas de alimentos Todo dia a estragar Em varejos e atacados Gente morrendo ao lado Sem nada poder comprar. Ver um jovem ocupando O lugar de animal E puxando uma carroça Perder a feição normal Do que se pensa humano E nesse mundo insano Tornar a vida banal. Eu choro quando percebo Tamanho da impotência Ver uma pessoa já idosa Vítima da indecência De nossa sociedade Que sem dó nem piedade Priva-lhe de assistência. Como eu não viver triste? Com a miséria do irmão No sinal ou na esquina Vivem a estender mão Sem saber que a riqueza É concentrada na mesa De toda exploração. Para suportar o mundo De injustiça social Procuro compreender Mais a vida comunal Não se trata de retórica É nossa raiz histórica Outra vida social. Eu escrevo cordel – Quinto cordel publicado como parte do desafio “4 LUAS DE CORDEL”(Link: https://taplink.cc/4luas)
Gorete Amorim
Enviado por Gorete Amorim em 05/11/2024
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