Eu tenho duas famílias
Calma, eu vou explicar
A primeira é biológica
Eu não escolhi estar
Foi pura sorte nascer
Ser educada e crescer
E aprender a amar.

Por sorte eu fui gerada
Fruto de amor, certamente
Sou a filha primogênita
Que brincava comumente
Com outros cinco irmãos
Metia os pés pelas mãos
Brincava traquinamente.

Se um dia nos separamos
De pai, de mãe e lugar
Mas unidos pelo sangue
Pra sempre vamos ficar
Não importa onde vamos
Nossa marca carregamos
E não podemos negar.

E quando geramos filhos
Vimos nascer e crescer
Respeitamos as escolhas
Que vão na vida fazer
A família se renova
Chega sempre gente nova
Que nos enchem de prazer.

Mas tenho outra família
Família universal
Não importa cor de pele
Se pequeno, colossal
Basta ter bom coração
Passa a ser nosso irmão
Presente ou eclipsal.

Alguns desses escolhemos
Pra ser amigo do peito
Não são muitos, é verdade
Digo com todo respeito
É família, escolhemos
Os amigos que fizemos
Libertos de preconceito.

Eu escrevo cordel – Segundo cordel publicado como parte do desafio “4 LUAS DE CORDEL”(Link: https://taplink.cc/4luas)