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Herança maldita

Por acaso nascemos na mesma família, éramos primas
Não por acaso
Brincávamos na porta de casa
Corríamos o risco de balas “perdidas”
Nunca entendemos porque eram perdidas
Sempre estavam em direção a nós,
Nunca seguiam para o outro lado.
Não basta entender
Continuaremos sendo o alvo
Não por acaso
Nascemos numa favela
Sem direito à educação
Saúde e brincadeiras de infância.
Não por acaso
Fomos o alvo das balas “perdidas”
Foi tão rápido
Não deu tempo olhar as nuvens
Gostávamos tanto de fazer isso!!
Que destino a humanidade nos reservou!!
Nascer pobre e morrer criança.
Herança maldita
Não por acaso
A humanidade pode escolher outro destino
Sem classes, sem balas,
Onde as crianças possam brincar na porta de casa.
Gorete Amorim
Enviado por Gorete Amorim em 09/12/2020


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